Este blog foi criado e é mantido pela artista Fernanda Magalhães, inicialmente com o objetivo de divulgar o trabalho realizado durante sua atuação junto à Divisão de Artes Plásticas da Casa de Cultura da UEL de dez.2008 a jan.2011. Desta primeira etapa ficam os registros nas postagens realizadas sobre o período, momentos de memória deste importante trabalho realizado, mantendo a fonte para consultas e pesquisas. A partir de agora o blog se estende em novas conexões, buscando continuar na produção de encontros múltiplos, dando continuidade aos projetos de produção em arte. Divulgar, mostrar, expor, refletir, instigar e conectar múltiplos espaços das artes aglutinando eventos, projetos, oficinas, workshops e festivais realizados por todos os cantos e que se encontram aqui a partir de abril de 2011.

sábado, 21 de novembro de 2009


     ENCONTROS INTERATIVOS

8ª SEMANA  - 24, 25 e 26 de novembro de 2009
Realização: Casa de Cultura UEL_Artes Plásticas
Chefe da Divisão de Artes Plásticas: Fernanda Magalhães
Diretora da Casa de Cultura: Janete El Haouli

 A Casa de Cultura UEL_Artes Plásticas (Av. J.K., 1973) convida o público para participar de suas atividades semanais. São os Encontros Interativos que pretendem possibilitar momentos de discussão, produção e fruição das artes através de linguagens como pintura, desenho, fotografia, vídeo e as novas tecnologias. Nesta semana, 24, 25 e 26 nov 2009, abordaremos como temática a produção do artista Flávio de Carvalho. 

Café com lápis
Dia 24 (terça-feira) das 14h30 às 16h30
Nas tardes de terça feira os encontros acontecem com atividades práticas de atelier buscando fomentar as produções artísticas e estimular as discussões e reflexões partir dos trabalhos realizados. Nessa oficina pretende-se discutir, pensar e desenvolver a prática do desenho e da pintura, percebendo na produção em grupo, novos caminhos e possibilidades diante das expressões artísticas em suportes bidimensionais.
Partindo do traço e da cor, abordaremos os trabalhos de Flávio de Carvalho, para compor o “espaço” utilizando esses suportes.
Obs: É imprescindível que os interessados tragam seus materiais de preferência.

Pipocação
Dia 25 (quarta-feira) das 14h30 às 16h30
Nessa tarde exploraremos as imagens dos trabalhos de Flavio de Carvalho e vídeos referentes à época em que o artista desenvolveu sua produção.

Bafafá
Dia 26 (quinta-feira) das 14h30 às 16h30
Nas tardes de quinta-feira são momentos de leituras e debates que buscam estimular as reflexões e o aprofundamento a partir de textos sobre as manifestações artísticas. 
Nesta semana iremos debater a partir da leitura do texto – “TRECHO DO CATÁLOGO ‘FLÁVIO DE CARVALHO” de Denise Mattar. O texto pode ser encontrado no link  
http://www.niteroiartes.com.br/cursos/la_e_ca/catalogoflavio.html 
ou aqui neste blog 

Participação especial da Profa. Maria Carla de Araujo Moreira, professora de História da Arte no Departamento de Artes Visuais da UEL.


Sobre Flávio de Carvalho

Em 1956, como conclusão da série de artigos "A moda e o novo Homem", Flávio faz o famoso lançamento de seu "traje de verão" - o New Look. A passeata pelas ruas da cidade de São Paulo reuniu a multidão heterogênea num mesmo olhar espantado. Flávio utilizou todos os veículos de comunicação da época, incluindo a iniciante televisão, e multiplicou a penetração de sua performance.


texto para debate no Bafafá do dia 26/novembro


TRECHO DO CATÁLOGO "FLÁVIO DE CARVALHO"
Suntuoso, lúbrico, dramático
de Denise Mattar
Flávio de Rezende de Carvalho nasceu a 10 de agosto de 1899 em Amparo da Barra Mansa, Rio de Janeiro. Seus pais, Raul de Rezende Carvalho e Ophélia Crissiuma se orgulhavam de sua ascendência aristocrática, que incluía o barão de Cajuru e o conde de Arcos.
Aos doze anos foi estudar na França e a seguir na Inglaterra onde se formou engenheiro civil, retornando então ao Brasil. Tinha 1,90 de altura e porte atlético. Era ateu convicto e um ferrenho celibatário - cercado de belas mulheres. Seu temperamento rebelde e extravagante, aliado à educação de um gentleman, sua timidez escondidas atrás de atitudes histriônicas e provocativas, e sua produção artística sem concessões, fizeram com que ele selecionasse os mais curiosos epítetos e classificações: romântico, pintor maldito, surrealista tropical, antropófago ideal, performático precoce, javali do asfalto, comedor de emoções...
Flávio foi amigo de algumas das personalidades de seu tempo, especialmente as mais polêmicas como Oswad de Andrade, Di Cavalcanti, Assis Chateaubriand, Carlos Lacerda, Geraldo Ferraz, entre outros. Uma lista de suas mulheres seria interminável, mas podemos citar Cacilda Becker, Inge de Beaussacq, Maria Kareska e Eva Harms.
Colecionou inimizades, e, num Brasil ainda tão provinciano, foi muito discriminado por suas atitudes frontais contra o clero e a religião.
Sua formação internacional permitiu que tivesse contato com artistas e intelectuais como Ben Nicholson, Barbara Hepworth, Henry Moore, Arne Hsek, André Breton, Herbert Read, e que pudesse trazer alguns deles ao Brasil.
Visto como comunista, Flávio era apolítico. Sua viagem por diversos países da Europa, em 1934, às vésperas da Segunda Guerra Mundial, fez com que ele se desencantasse da política e visse nos movimentos mundiais apenas razões psicológicas.
Sua casa na fazenda Capuava, assim como outros ateliês e residências anteriores, era um ponto de encontro da intelectualidade, onde ele recebia de maneira elegante, informal e às vezes escandalosa para os rígidos padrões da época. Sobre Flávio de Carvalho já foi dito que a pessoa ofuscou o artista, que seu trabalho é disperso e que suas diferenças facetas são incoerentes. Entretanto, a pessoa e a obra de Flávio de Carvalho são inseparáveis, e um fio condutor claro norteia toda a sua produção em textos, animação cultural, experiências, arquitetura, dramaturgia, desenho e pintura: "o desenvolvimento da percepção psicológica e da percepção mentalista do mundo".
Um arquiteto quase virtual
A aparição de Flávio de Carvalho no cenário de artes do Brasil se fez através de sua ruidosa participação no concurso do Palácio do Governo, em 1927.
O estranho projeto se destacou entre os concorrentes neoclássicos e uma bem urdida campanha jornalística, organizada em acordo com Geraldo Ferraz, tornou Flávio muito conhecido, aproximando-o dos modernistas, especialmente de Oswald de Andrade.
Como "delegado antropófago" ele apressou a conferência "A cidade do homem nu" no IV Congresso Panamericano de Arquitetos (1930), causando revolta na comportada audiência.
Participou de Vários concursos, sem ganhar qualquer um deles, e tornou-se um dos mais famosos arquitetos do Brasil. Entretanto, apesar de Ter criado muitos projetos, apenas dois foram concretizados; ambos em empreendimentos seus e às suas custas: o conjunto de casas de Al. Lorena e a fazenda Capuava. O conjunto de casas à Al. Lorena (1938) foi habitado por moradores como Pagu, Frank Smith, Geraldo Ferraz, Georg Przyrembel, Leônidas Autuori e o próprio Flávio.
Acompanhando as casas "frias no verão e quentes no inverno" havia um "modo de usar" no qual o arquiteto dava conselhos personalíssimos aos moradores: "aconselha-se o uso de móveis que ocupem pouco espaço pois são mais estéticos, confortáveis e higiênicos. Infelizmente os fabricantes de móveis (pseudo-modernos) ainda não compreenderam o problema do espaço da vida de hoje".
A casa da fazenda Capuava (1939), construída como uma mastaba, tinha um grande salão sem divisórias, cortinas coloridas ondulantes, banheiros e cozinha de alumínio, uma lareira com vapores coloridos, e uma piscina iluminada por luzes vermelhas: "o norteamento foi exclusivamente poético. A concepção de toda casa é um produto puro da imaginação, tentando criar uma maneira ideal de viver. A poesia é, aliás, indispensável à criação arquitetônica como fator de elevação do homem. As cortinas do salão foram estudadas em largura, comprimento e peso específico para que possam balançar ao vento para fora e para dentro, ao ritmo eventual da música. As aberturas foram idealizadas para fazer com que - usando a frase de Mário de Andrade - 'a paisagem, as nuvens, a luz, o ar entrem dentro da casa'. "
Para Flávio de Carvalho a arquitetura devia ter um valor "psíquico", ser voltada para criar novas formas de viver e pensar.
"Pesquisar a alma nua, conhecer a si próprio".
Ignorando durante anos nos estudos sobre a arquitetura no Brasil, Flávio de Carvalho teve seu trabalho analisado, de forma inteiramente diversa, por Rui Moreira Leite, Americo Ishida e Luiz Carlos Daher.
Um caso de polícia
"Palpar psiquicamente a emoção, provocar a revolta para ver alguma do inconsciente, este era o objetivo de Flávio de Carvalho ao realizar sua "Experiência nº 2", um conceito que pode ser estendido a toda sua ação performática.
Atravessando em sentido contrário a procissão, com seu boné de veludo verde na provinciana São Paulo de 1931, Flávio teve a oportunidade de ver muito de perto as conseqüências de uma multidão enfurecida, e no seu quase linchamento ele pôde "palpar psiquicamente" uma nova emoção - o medo.
O livro, que relata e analisa a experiência, as reações da procissão e da assistência, e suas próprias sensações, foi dedicado pelo autor a "S. Santidade o papa Pio XI e a S. Eminência D. Duarte Leopoldo".
O evento deu ao artista uma aura diabólica - que ele cultivava -, e iniciou sua presença nas crônicas policiais.
Os anos 30 foram de intensa atividade para Flávio de Carvalho em várias áreas. A fundação do CAM - Clube de Artistas Modernos (com Di Cavalcante, Gomide e Carlos Prado) revelou um animador cultural capaz de criar fatos novos e significativos. Um espaço onde se viu e discutiu artes plásticas, música, antropologia, sociologia, política, literatura e psicologia, com participantes como Käthe Kollwitz, Camargo Guarnieri, Gilberto Freyre, Caio Prado Jr., Jorge Amado, e os psiquiatras Dr. Durval Bellergarde Marcondes e Antônio Carlos Pacheco e Silva.
"Em 1933, São Paulo é chocada por uma exposição inusitada - desenhos de criança e loucos - organizada por Flávio de Carvalho no quadro das manifestações polêmicas do Clube dos Artista Modernos. (...) Sem querer chegar a afirmar que o Brasil é o pioneiro neste tipo de pesquisa, torna-se necessário lembrar, no entanto, a polêmica de Flávio de Carvalho, uma vez que pelo menos em duas frentes ele antecipa a posterior campanha de Dubuffet em prol da arte não-cultura: quando afirma 'a importância psicológica e filosófica da arte do louco e das crianças', quando se opõe às 'paredes opressoras e asfixiantes da Escola de Belas Artes que, corrigindo e polindo, procuram impor aos alunos a personalidades freqüentemente mofada e gasta dos professores'."
No mesmo ano Flávio de Carvalho cria o Teatro da Experiência encenando O bailado do deus morto, "uma obra filosófica,... que mostra as emoções dos homens para com o seu deus". Era um espetáculo experimental de teatro/dança, com texto, cenários, coreografias, figurino e iluminação de Flávio. Os atores usavam máscaras de alumínio e se moviam de forma expressionista.
Totalmente inovador, o bailado causou escândalo e o teatro foi fechado pela polícia. De nada adianta os manifestos repúdio à ação em São Paulo e no Rio, assinados pelos princípios intelectuais da época. O teatro interditado teve como triste resultado o encerramento do CAM.
Em 1934 Flávio de Carvalho inaugurava, com grande sucesso, sua primeira exposição individual, que logo a seguir seria fechada... pela polícia. Cinco obras são apreendidas sob alegação de indecência, imoralidade e atento ao pudor. Toda a intelectualidade protesta: "A política paulista está caindo no ridículo"; "um escândalo artístico-policial".
Desta vez, porém, Flávio consegue a reabertura da mostra e ganha na justiça o direito de um indenização.
Os anos 40 serão marcados pela realização da "Série trágica". A morte encara de frente. Uma catártica "emoção palpada" - e uma grande rejeição pública.
Em 1956, como conclusão da série de artigos "A moda e o novo Homem", Flávio faz o famoso lançamento de seu "traje de verão" - o New Look. A passeata pelas ruas da cidade de São Paulo reuniu a multidão heterogênea num mesmo olhar espantado. Flávio utilizou todos os veículos de comunicação da época, incluindo a iniciante televisão, e multiplicou a penetração de sua performance. Jamais um artista atrairia tanta atenção; mais uma vez ele conseguira manipular "a alma coletiva".
Um teórico mal comportado
Em seu livro Os ossos do mundo (1936) Flávio de Carvalho afirma que os arqueólogos e os psicólogos devem ser mal comportados; e é exatamente o que ele faz em seus textos, onde transmite ao leitor suas teses, "discutibilíssimas" segundo Sérgio Milliet.
Os temas abordados são apenas um ponto de partida, quase um pretexto para divagações, reflexões e análises tendo como base a interpretação extremamente pessoal que Flávio fez das teorias de Freud Darwin.
Os ossos do mundo, com prefácio de Gilberto Freyre, foi encomendado como livro de impressões de viagem. Seu conteúdo polêmico foi recusado pela editora e finalmente publicado pela editora Ariel. Foi um sucesso absoluto de vendas.
Sylvio Rabello escreveu uma crítica ao livro que pode ser estendida a toda sua produção teórica: "as coisas têm para o Sr. Flávio de Carvalho um sentido estranho, como se os seus olhos penetrassem mais fundo na intimidade delas. Explica os fatos apanhando, aqui e ali, fios sutis e desapercebidos pela maioria dos homens e, quase sempre, as suas explicações são de um imprevisto que faz pensar numa possível morbidez de escritor. É que estamos habituados a pensar como todo mundo. As nossas idéias não são nossas: são idéias servidas e resservidas por todos. E idéias diferentes arrepiam e chocam, como se fossemos perder subitamente o equilíbrio. O Sr. Flávio de Carvalho está sempre a dar empurrões na rotina e no lugar comum, a fazer-nos perder o equilíbrio..."
(Página 08 à 11)







informações sobre Flávio de Carvalho na página da Bienal do Mercosul


7ª Bienal do MERCOSUL
Grito e Escuta


Flávio de Carvalho

Humor
 A vontade de quebrar parâmetros e convenções instauradas encontra um importante aliado no humor, que podemos caracterizar, seguindo Mijaíl Bajtín, como a \"alegre relatividade de qualquer regime ou ordem social, de qualquer poder e de qualquer posição (hierárquica)\". O humor e suas formas - a paródia, a sátira, o grotesco, a ironia - postulam a ambivalência, a possibilidade de observar uma mesma realidade a partir de pontos de vista antagônicos para, assim, desestabilizar, por um momento, poderes, hierarquias, regras e tabus.

Sobre Flávio de Carvalho
\"Uma experiência sobre a psychologia das multidões da qual resultou sério distúrbio.Domingo, às 15 horas, quando desfilava pelas ruas do centro da cidade a procissão de ´Corpus Christi´, um rapaz muito bem posto que se achava na esquina da rua Direita e praça do Patriarcha, não se descobriu conservando ostensivamente seu chapéu na cabeca. Os crentes, que acompanhavam o cortejo, revoltaram-se con essa atitude e exigiram em altos brados que ele se descobrisse. Ele, no entanto, sorrindo para a turba, não tirou o chapéu, embora o clamor da multidão já se tivesse transformado em franca ameaça. Foi então que inúmeros populares tentaram linchá-lo. Investindo contra ele. O rapaz pôs-se em fuga, ocultando-se na Leiteria Campo Bello, situada a rua de São Bento, até onde foi perseguido pelos mais exaltados. (...) Nas suas declarações, disse que, há tempos, se vem dedicando a estudos sobre a psychologia das multidões e tem mesmo alguns trabalhos inéditos sobre a matéria. Para melhor orientação do seus estudos, resolvera fazer uma experiência sobre ´a capacidade agressiva de uma massa religiosa à resistencia da força das leis civis, ou determinar se a força da crença é maior do que a força da lei e do respeito à vida humana´. (...) Terminou suas declarações dizendo que não visava ofender a religião do povo, pois esperava de fato que se verificasse tal reação.\" - O Estado de São Paulo, 9/junho/1931

Flávio de Carvalho (Amparo da Barra Mansa RJ 1899 - Valinhos SP 1973). Desenvolveu atividades em várias áreas artísticas e intelectuais, freqüentemente de forma provocativa. Após alguns anos vivendo em Paris, estuda filosofia no Stonyhurst College e engenharia no Amstrong College da University of Durham. Em 1922 regressa ao Brasil. Começa a trabalhar como calculista de grandes estruturas arquitetônicas. Também trabalha desde 1926 como ilustrador no Diario da Noite de São Paulo, onde conhece Di Cavalcanti. Abre seu próprio estúdio de arquitetura. Apresenta seu polêmico prometo Eficácia para o concurso do Palácio do Governo de São Paulo (1927). Em 1928, participa do concurso internacional para a construção do Farol de Colombo, República de Santo Domingo, onde recebe uma menção de honra. No ano seguinte, conhece Le Corbusier. Estreita vínculos com o grupo antropofágico, e como seu "delegado" participa em 1930 do IV Congresso Panamericano de Arquitetos, Rio de Janeiro. Em 1931 realiza uma experiência "psicológica" no centro de São Paulo, participando de uma procissão de Corpus Cristi com um boné na cabeça, causando uma enorme rejeição entre os fiéis. Também participa da XXXVIII Exposição Geral de Belas Artes no Rio de Janeiro. Funda o Clube dos Artistas Modernos (1933), com Di Cavalcanti, Prado e Gomide. O grupo funciona também como um laboratório de experiências cênicas. Cria o Teatro de Experiência e monta a obra de Oswald de Andrade O homen e o cavalo. Após, realiza a peça O bailando do deus morto (1933), espetáculo de teatro-dança de sua autoria com estética inovadora, para o qual cria cenografia e figurino, o qual é fechado pela polícia por atentar contra os bons costumes. Realiza sua primeira exposição individual no edificio Alves Lima (1934), de Itapetininga, também fechada pela política por causar escândalo entre o público. Viaja por seis meses a Europa e conhece grandes personalidades artísticas da época, entre elas André Breton, Pablo Picasso, e Salvador Dalí, entre outros. Ao regressar, participa da fundação do novo grupo modernista, com Oswald de Andrade, Paulo Emilio Sallers Gomes, Décio de Almeida Prado, Afranio Zuccolotto e Vera Vicente de Azevedo (1935). Realiza a decoração do Carnaval oficial de São Paulo (1936). La Royal Academy of Arts de Londres inclue sua obra na exposição Exhibition of Modern Brazilian Paintings (1944). Expõe individualmente em 1948 no Museu de Arte de São Paulo. Participa da XXV Biennale di Venezia (1950) e realiza a cenografia para o Grupo Experimental de Ballet. Também participa da II e III edição da Bienal Internacional de São Paulo (1953 e 1955). Em 1956 inicia a publicação de uma série de artigos entitulados A moda e o Novo Homen, no periódico Diário de S. Paulo. Desenha cenografias, vestuário e maquiagem para o Ballet Yanka Rudska, Lia de Carvalho e Anita Landerset no Teatro de Cultura Artística em São Paulo. Jutamente com Assis Chateaubriand realiza a controversa caminhada pelo centro de São Paulo, exibindo seu traje tropical, por ele desenvolvido e que consiste de saia e blusa de mangas curtas e folgadas. Viaja aos EUA em 1957 e recebe a Medalha de ouro na I Bienal de Artes Plásticas do Teatro. Participa de uma expedição ao Amazonas organizada pelo Serviço de Proteção ao Índio com o projeto de realizar um filme (1958). Em poucos anos, recebe a medalha de ouro "Teatro Nacional de Comédia" concedida pelo Serviço Nacional de Teatro durante a IV Bienal de Teatro (1963) e a medalha de ouro do XIV Salão Paulista de Arte Moderna (1965). Projeta cenários para o ballet Tempo (Grupo Móbile) do Teatro Ruth Escobar, em São Paulo (1965). Sua obra foi incluída na exibição A Semana de 22: antecedentes e conseqüências, MASP, São Paulo (1972), entre muitas outras.

Flávio de Carvalho (Amparo da Barra Mansa RJ 1899 - Valinhos SP 1973). Desarrolló actividades en varias áreas artísticas e intelectuales, frecuentemente de forma provocativa. Después de algunos años viviendo en París, estudia filosofía en el Stonyhurst College e ingeniería en el Amstrong College de la University of Durham. En 1922 regresa a Brasil y comienza a trabajar como calculista de grandes estructuras arquitectónicas. En 1926 el Diario da Noite de San Pablo lo contrata como ilustrador; allí conoce a Di Cavalcanti.Posteriormente crea su propio estudio de arquitectura. Presenta su polémico proyecto Eficácia para el concurso del Palacio de Gobierno de San Pablo (1927). En 1928, participa del concurso internacional para la construcción del Faro de Colombo, República de Santo Domingo, donde recibe una mención de honra. Al año siguiente, conoce a Le Corbusier y estrecha vínculos con el grupo antropofágico. Como delegado del grupo participa en 1930 del IV Congreso Panamericano de Arquitectos, Rio de Janeiro. En 1931 realiza una experiencia "psicológica" en el centro de San Pablo, participando de una procesión de Corpus Cristi con una gorra en la cabeza, causando un enorme rechazo entre los fieles. También participa de la XXXVIII Exposición General de Bellas Artes en Rio de Janeiro. Funda el Club de los Artistas Modernos (1933), con Di Cavalcanti, Prado y Gomide, agrupación que funciona también como un laboratorio de experiencias escénicas. Crea el Teatro de Experiencia y dirige la puesta de la obra de Oswald de Andrade O homen e o cavalo. Luego, realiza la obra O bailando do deus morto (1933), espectáculo de teatro/danza de su autoría, para el cual crea escenografía y figurín. El espectáculo es clausurado por la policía por atentar contra las buenas costumbres. Realiza su primera exposición individual en el edificio Alves Lima (1934), de Itapetininga, también cerrada por la política por causar escándalo entre el público. Viaja por seis meses a Europa y conoce a André Breton, Pablo Picasso y Salvador Dalí, entre otros. Al regresar, participa de la fundación del nuevo grupo modernista, con Oswald de Andrade, Paulo Emilio Sallers Gomes, Décio de Almeida Prado, Afranio Zuccolotto y Vera Vicente de Azevedo (1935). Realiza la decoración del Carnaval oficial de San Pablo (1936). La Royal Academy of Arts de Londres incluye su obra en la exposición Exhibition of Modern Brazilian Paintings (1944). Expone individualmente en 1948 en el Museu de Arte de São Paulo. Participa de la XXV Biennale Internazionale di Venezia (1950) y realiza la escenografía para el Grupo Experimental de Ballet. También participa de la II y de la III edición de la Bienal Internacional de São Paulo (1953 y 1955). En 1956 inicia la publicación de una serie de artículos titulados A moda e o Novo Homen, en el periódico Diário de S. Paulo. Dibuja escenografías, vestuario y maquillaje para el Ballet Yanka Rudska, Lia de Carvalho y Anita Landerset en el Teatro de Cultura Artística en San Pablo. Junto con Assis Chateaubriand realiza la controvertida caminata por el centro de San Pablo, exhibiendo su traje tropical diseñado por él, consistente en falda y blusa con mangas cortas y holgadas. En 1957 viaja a los EE.UU y recibe la Medalla de oro en la I Bienal de Artes Plásticas del Teatro. Participa de una expedición al Amazonas organizada por el Servicio de Protección al Indígena con el proyecto de realizar una película (1958). En pocos años, recibe la medalla de oro "Teatro Nacional de Comedia" concedida por el Servicio Nacional de Teatro durante la IV Bienal de Teatro (1963) y la medalla de oro del XIV Salón Paulista de Arte Moderna (1965). Proyecta escenarios para el ballet Tempo (Grupo Móbile) del Teatro Ruth Escobar, en San Pablo (1965). Su obra fue incluida en la exhibición A Semana de 22: antecedentes e conseqüências, MASP, San Pablo (1972), entre muchas más.

Flávio de Carvalho was born in Amparo da Barra Mansa, Rio de Janeiro in 1899 and died in Valinhos São Paulo in 1973. During his life he developed activities within several artistic and intellectual fields, frequently working in ways which were innovative and provocative. After living in Paris for a few years, he studied philosophy at Stonyhurst College (UK) and engineering at Armstrong College at the University of Durham (UK) before returning to Brazil in 1922 where he began working as a surveying engineer on large architectural structures. He also worked as an illustrator for the São Paulo based Diario da Noite from 1926, where he met Emiliano Di Cavalcanti. He then opened his own architectural studio and in 1927 he presented his controversial project Eficácia for the São Paulo State Government House competition. In 1928 he participated in the international competition for the construction of the Farol de Colombo (Colombo Lighthouse), in the República de Santo Domingo, for which he received an honorable mention. The following year he met the Swiss-French architect Le Corbusier as well as establishing a closer relationship with Grupo Antropofágic, and, as its "delegate", participated in the IV Congresso Panamericano de Arquitetos, Rio de Janeiro (1930). In 1931 he carried out a "psychological" experiment in the center of São Paulo, participating in a Corpus Cristi procession with a particular hat on his head which caused widespread rejection amongst the faithful. He also participated in the XXXVIII Exposição Geral de Belas Artes in Rio de Janeiro. He founded the Clube dos Artistas Modernos (1933), along with Di Cavalcanti, Carlos Prado and Antonio Gomide. The group also worked as a laboratory of experimental set design. He created the Teatro de Experiência and the stage set for the play by Oswald de Andrade, O homen e o cavalo. Later, he wrote and produced the work O bailando do deus morto (1933), a theater-dance show with innovative aesthetics, for which he also designed the set and costumes, but which was subsequently closed by the police for offending public opinion. He held his first solo exhibition in the Alves Lima building (1934), in Itapetininga, also closed by the police for creating a public scandal. He then traveled to Europe for six months where he met important artistic figures of the time, among them André Breton, Pablo Picasso, and Salvador Dalí. On his return, he took part in the foundation of a new modernist group, with Oswald de Andrade, Paulo Emilio Sallers Gomes, Décio de Almeida Prado, Afranio Zuccolotto and Vera Vicente de Azevedo (1935). He produced the decoration for the official Carnaval of São Paulo (1936). The Royal Academy of Arts in London included his work in the show Exhibition of Modern Brazilian Paintings (1944). In 1948 he had a solo exhibition at the Museu de Arte de São Paulo. He took part in the XXV Biennale Internazionale di Venezia (1950) and produced the scenography for the Grupo Experimental de Ballet. He also participated in the 1st and 2nd editions of the Bienal Internacional de São Paulo (1953 and 1955). In 1956 he began publishing a series of articles entitled A moda e o Novo Homen, in the newspaper Diário de S. Paulo. He designed the set, costumes and makeup for the Ballet Yanka Rudska, Lia de Carvalho and Anita Landerset at the Teatro de Cultura Artística in São Paulo. Together with Assis Chateaubriand he made a walk through the center of São Paulo exhibiting his specially devised masculine tropical outfit, which consisted of a skirt and loose short-sleeved blouse, and which caused much controversy.  In 1975, he traveled to the USA and received the Gold Medal at the I Bienal de Artes Plásticas do Teatro. He participated in an expedition to the Amazon organized by the Serviço de Proteção ao Índio (Native Indian Protection Service) in order to make a film (1958). A few years later, he received the gold medal Teatro Nacional de Comédia granted by the Serviço Nacional de Teatro during the IV Bienal de Teatro (1963) and the gold medal from the XIV Salão Paulista de Arte Moderna (1965). He designed sets for the ballet Tempo (by Grupo Móbile) from the Teatro Ruth Escobar, in São Paulo (1965). His work was also included in the exhibition Semana de 22: antecedentes e conseqüências, MASP, São Paulo (1972), among many others.





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